terça-feira, 2 de novembro de 2010

Peça, Santa Joana dos Matadouros - SP

"Santa Joana dos Matadouros" volta em cartaz sob a direção de José Renato


José Renato, um dos mais importantes diretores em atividade no país, traz de volta ao palco do Teatro Denoy de Oliveira a peça “Santa Joana dos Matadouros” de Bertolt Brecht, que retrata a grande depressão do início do século 20, mas que em tudo lembra a crise econômica desta primeira década do século 21.

Com um elenco de 17 atores e atrizes, além de três músicos, a peça trata das tensões entre capitalistas e das agruras vividas pelos trabalhadores de Chicago durante o inverno e no auge da crise econômica de 1929.

O autor coloca em cena os mecanismos que levam à degradação da economia: superprodução, falta de mercado para escoá-la com os principais empresários tentando compensar a queda nos lucros através da especulação e do aumento da exploração, o que, por sua vez, leva à exacerbação das tensões com mais quebradeira, mais fome e produz seu oposto; os movimentos operários contra as duras condições impostas aos trabalhadores.

Ao receber informações de “seus amigos de Nova Iorque”, sobre a iminência de um baque nos preços e vendas, Jack Pierpoint (Alexandre Krug), o rei da carne de Chicago, busca jogar o prejuízo nas costas de seu desavisado sócio Ambrósio (João Ribeiro).

Vem o fechamento de fábricas e o desemprego em massa. Tentando salvar a alma dos demitidos, aparece Joana (Érika Coracini), jovem pregadora dos Chapéus Negros. O encontro da inocência útil de Joana e da consciência ao mesmo tempo pesada e esperta de Pierpoint condensa as contradições sociais em meio a uma ciranda de especulação e desemprego.

Essa obra, pelas elucidações que é capaz de propor com precisão poética e dramática, demonstra plena atualidade diante de uma crise cuja profundidade se observa em seu pleno andamento no mal denominado 1º Mundo. A realidade, já não nos deixa mais acreditar que “a desgraça vem como a chuva”, como a bispa Bárbara empenha-se em dizer aos operários, mas ao contrário, como ressalta Brecht, autor da instigante obra teatral: “Só poderemos descrever o mundo atual para o homem atual na medida em que descrevermos um mundo passível de modificação”.

Vale à pena assistir ao que o diretor José Renato considera “um espetáculo vivo, criado, em sua maioria, por atores jovens e motivados, e, por isso mesmo, polêmico e sujeito a alterações criativas”.

Serviços:

Sextas e Sábados, às 21hs,
Domingos, às 20hs.


Periodo: Até dia 12 de dezembro.
Local: Teatro Denoy de Oliveira,
Endereço: Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista – Tel: 3289-7475
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estudantes, terceira idade, classe artística e professores da rede estadual com carteira da APEOESP, Sindpd e Sindicato dos Bancários).

Mais Infos:  www.rogerionagai.com.br / twitter.com/rogerionagai

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